quinta-feira, 27 de outubro de 2016

"Os Santos Inocentes", o Filme..

“Os Santos Inocentes”, o Filme.


A história de uma família de camponeses espanhóis que vive submissa aos donos da terra é o tema desta produção espanhola. O sonho de todos eles é ter uma vida melhor, aprendendo também a ler e a escrever para não ficar à mercê dos abusos dos patrões. Mas somente as novas gerações desta família irão ver os sonhos de seus antepassados realizados.

Direção: MARIO CAMUS
Roteiro: ANTONIO LARRETA, MANUEL MATJI, MARIO CAMUS
Montagem: JOSÉ MARIA BIURRUN
Música: ANTON GARCIA ABRIL
Elenco: ALFREDO LANDA, FRANCISCO RABAL, TERELE PAVEZ, JUAN DIEGO
Estreou no Brasil: 04 de abril de 1984. (Pais de Origem: Espanha)
Gênero: Drama – duração de 107 minutos

Um Clássico da Literatura Contemporânea


"Los santos inocentes" é um romance do escritor espanhol Miguel Delibes publicado em 1981 que denuncia o drama da exploração do homem pelo homem, ambientado numa fazenda da região de Extrema dura, na Espanha, numa época de pós-guerra, na década de 1960. Esta obra foi incluída na lista dos 100 melhores romances em espanhol do século XX do jornal espanhol “El Mundo”. Uma obra ao mesmo tempo realista, poética e trágica que deu origem a um filme homónimo.




Com uma prosa marcada pelos modismos e dialetos próprios da gente simples do campo, mas ao mesmo tempo dando uma demonstração do alto domínio da língua e das técnicas narrativas, delibes relata a rotina de uma família de servos numa casa de campo. 



          Um mundo dividido entre os que mandam e os que obedecem. Os poderosos encarnados no "señorito" Iván, dono da fazenda e aficionado pela caça e doña Purita, mulher frívola, casada com o capataz, don Pedro, homem desafortunado que sofre a humilhação de ver a esposa, flertar com o “señorito” Iván. 


A família de camponeses que trabalha em situação de escravidão é composta pelo pai, Paco "o baixo", reduzido à condição de “farejador” das caçadas do "señorito", que se gaba aos amigos da destreza do secretário; a mãe, Régula e seus quatro filhos: Nieves, menina perspicaz obrigada a servir em plena adolescência; Quirce, Rogelio e Charito, a caçula demente e deforme, que comparte algum sinal de ternura com Azarías, o agregado irmão de Régula, ignorante e deficiente mental, ingênuo e primitivo que canaliza sua existência e devoção a uma gralha domesticada. Eles vivem numa casa humilde a serviço dos senhores da fazenda, trabalhando, obedecendo e suportando humilhações sem se queixar. 


          A única aspiração do humilde casal é que seus filhos estudem para que possam ter uma vida diferente. O tempo parece ter parado dentro da ordem estabelecida: a mesma rotina de sempre, uns mandam e outros obedecem; acontecimentos familiares, caçadas e comemorações na Casa Grande. 




Chegada a época de caça, Paco, que já tem uma idade avançada, sofre um acidente ao cair de uma árvore e torcer o pé quando tentava amarrar o chamariz para as aves. Mesmo sem ter se recuperado da queda, Iván o obriga a acompanhá-lo em outra caçada e Paco não consegue evitar torcer o pé novamente. Após o acidente com Paco, Iván não tem outra opção a não ser levar Azarías como assistente de caça. A caçada é um fracasso e Iván desconta a raiva na gralha do criado Azarías, matando-a com um tiro de espingarda. 



O tempo passa e Azarías permanece alienado e calado. O “señorito” Iván tenta amenizar a situação e o leva novamente para a caça. Azarías sobe na árvore para amarrar o chamariz — ave amestrada para atrair outras aves — quando numa atitude desesperada faz cair o laço da corda no pescoço de seu senhor e o enforca. 



O título do romance remete à inocência de Azarias e sua natureza instintiva. Seus sentimentos são tão básicos como o da ave domesticada com quem ele se identifica. A injustiça e a crueldade, no entanto, fazem com que ele perca sua inocência e assuma uma atitude de vingança. 
“Los santos inocentes” constitui uma denúncia moral contra a opressão, o desprezo, a injustiça social e a incultura generalizada das classes baixas; a hierarquização brutal da sociedade que provoca a desumanização dos menos favorecidos que aceitam sua condição com resignação, levando-nos a refletir sobre a condição humana.


Bibliografia: Ver os sites abaixo.

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